John Main OSB - WCCM
"As cartas da espiritualidade de John Main" - Leitura de 17/07/2011
John Main OSB, MONASTERY WITHOUT WALLS (Norwich: Canterbury, 2000), p. 132-33.
Tradução de Roldano Giuntoli
 

O que quer que se diga acerca do mistério da expansão de Deus em nossa vida, ou acerca da meditação, não se consegue transmitir a plenitude e a simplicidade da realidade. Enquanto falamos ou pensamos acerca de um aspecto, um ou outro aspecto deve ter sido ignorado ou distorcido. Quando, por exemplo, falamos da meditação como sendo o caminho de abandono de nossa vida para irmos além da autoconsciência, podemos estar negligenciando o aspecto de que ela é igualmente o caminho para nos encontrarmos e nos tornarmos mais plenamente vivos. De maneira similar, falamos do silêncio como sendo o meio dessa descoberta. Todavia, ao falarmos do silêncio podemos estar sugerindo que se trata apenas da ausência de sons ou imagens. Precisamos experienciar o silêncio para podermos entendê-lo. Apenas no mistério do silêncio podemos ver que se trata da união do amor, aceitação total e incondiciona.

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Para entendermos isso em nossa própria experiência, necessitamos apenas começar a nos comprometermos com a verdade. A comprovação se segue ao compromisso. Então, exteriormente começamos a ver a realidade, tal como apenas a verdadeira interioridade pode revelá-la. A visão e a compreensão se expandem a partir do centro no qual a mente repousa em silêncio durante a meditação. Os Upanishads nos dizem: “Deixe que sua mente repouse no coração”. O Evangelho nos diz: “Buscai em primeiro lugar o Reino, e todas as coisas vos serão acrescentadas”. Somos mais verdadeiramente nós mesmos, sempre que estamos enraizados no silêncio desse centro. Apenas nossa possessividade distraída é o problema. Todavia, o Espírito nos aguarda pacientemente em seu silêncio eterno. Nossa peregrinação diária da meditação gradativamente ensina que nós já estamos lá. . .

Medite por Trinta Minutos
Lembre-se: Sente-se. Sente-se imóvel e, com a coluna ereta. Feche levemente os olhos. Sente-se relaxado, mas, atento. Em silêncio, interiormente, comece a repetir uma única palavra. Recomendamos a palavra-oração "Maranatha". Recite-a em quatro silabas de igual duração. Ouça-a à medida que a pronuncia, suavemente mas continuamente. Não pense nem imagine nada, nem de ordem espiritual, nem de qualquer outra ordem. Pensamentos e imagens provavelmente afluirão, mas, deixe-os passar. Simplesmente, continue a voltar sua atenção, com humildade e simplicidade, à fiel repetição de sua palavra, do início ao fim de sua meditação.

 
 
Comunidade Mundial de Meditação Cristã