Dom John Main, OSB - WCCM
"Um extrato... " - Leitura de 26/07/2009
Jesus, o mestre interior, (Martins Fontes, São Paulo 2004) pgs 63-64.
Tradução de Roldano Giuntoli
 

O novo tipo de vida, que a Ressurreição tornou possível, não depende da evidência forense da tumba vazia, ou da evidência circunstancial das aparições. Encontramos a evidência em nosso dia-a-dia. A fé na Ressurreição não é insanidade..., ela se baseia num tipo específico de percepção e de racionalidade. Explicações quanto a o quê constitui a sanidade mental, são historicamente variáveis. Assim como o amor, a fé na Ressurreição possui sua própria qualidade e razão de ser, um exacerbado nível de integridade, que se capta mais do que se ensina. As experiências, até mesmo as aparências da Ressurreição, passam. Elas se tornam recordações. Nós, todavia, conhecemos a Ressurreição naquilo que os primeiros discípulos chamavam de
“O dia de Cristo”. Trata-se do momento presente, iluminado pela habilidade que a fé tem de enxergar o invisível, de reconhecer o que é óbvio. Tal como Simone Weil escreveu: “Ele chega até nós oculto, e a salvação consiste em reconhecê-lo”.

A pergunta de Jesus [“E quem dizeis que eu sou?] é o presente que o rabbuni nos dá: sua própria pergunta confere a “graça do guru”.

Em todos os tempos, sua pergunta é a dádiva que espera ser recebida. Seu poder, o de simplesmente, sutilmente, despertar o conhecimento de si mesmo, em nossa experiência da Ressurreição, é perene. São Tomás de Aquino utiliza o verbo no presente, quando fala da Ressurreição. Podemos entendê-lo afirmando que a Ressurreição... transcende todas as categorias do espaço e do tempo. De maneira semelhante, os ícones da Ressurreição na tradição ortodoxa, sugerem a mesma transcendência, e mostram que o poder que elevou Jesus está continuamente ativo no presente.

O trabalho essencial do mestre espiritual é apenas isso: não nos dizendo o que devemos fazer, mas ajudando-nos a enxergar quem nós somos. O Ser que passamos a conhecer através de sua graça, não é um pequeno ego separado, e isolado, apegado a suas próprias recordações, desejos e temores. Trata-se de um campo de consciência semelhante e indivisível da Consciência que é o Deus, tanto o da revelação cósmica, quanto o da bíblica: o único e grande EU SOU.

Medite por Trinta Minutos
Sente-se confortavelmente, mas com a coluna ereta. Feche levemente os olhos. Sente-se relaxado mas atento. Em silêncio, interiormente, comece a repetir uma única palavra. Recomendamos a palavra-oração "Maranatha". Recite-a como quatro silabas de igual duração Ma-ra-na-tha, em ritmo lento. Ouça-a à medida que a pronuncia, suavemente mas continuamente. Não pense nem imagine nada - nem de ordem espiritual nem de qualquer outra ordem. Se pensamentos e imagens afluírem à mente, trate-os como distrações e simplesmente retorne à repetição da palavra.

 
 
Comunidade Mundial de Meditação Cristã