"Um Monaquismo Novo" - Leitura
de 13/09/2010 MONASTERY WITHOUT WALLS: The Spiritual Letters of John Main (London: Canterbury Press, 2007) pgs. 25-26. Tradução de Roldano Giuntoli |
Quão amiúde, ao nos dirigirmos a Deus, estamos falando de nós mesmos: ajuda-me a fazer isso, a ser aquilo. Por mais altruísta que a intenção subjacente possa ser, a própria estrutura da linguagem nos mantém como o centro de nossa própria consciência. O mesmo também se aplica àqueles que podem não ter a referência de uma estrutura religiosa, mas cuja prática espiritual é a própria referência. Mesmo que não se utilizem de palavras, ou que não abriguem nenhuma imagem de Deus, e que não estejam pedindo favores, o perigo da fixação no ego é o mesmo. É precisamente isso o que precisamos abandonar, para que possamos nos aprofundar. Na jornada, não há como ficar parado, ou à deriva. Caso nos tornemos espiritualmente complacentes, cairemos de volta ao nosso próprio centro de gravidade. Seremos novamente atraídos à órbita do ego que se reflete a si mesmo. Meditamos para evitarmos esse desmoronamento em nós mesmos, para ficarmos alertas e acordados. Na meditação, Deus, o mistério, está sempre no centro. À medida que nos movimentamos em direção à união com aquele centro, passamos a conhecer a Deus por meio da luz divina. Essa movimentação tem por nome amor, e a experimentamos como uma gradual perda de identidade e de consciência de si.[...] |
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