Dom John Main, OSB - WCCM
"Criados para sermos luz" - Leitura de 22/02/2009
THE HEART OF CREATION (New York: Continuum, 1998), pg. 66.
Tradução de Roldano Giuntoli
 
Sair da sombra pode ser um negócio doloroso. Todos temos nossos escoderijos favoritos, aqueles onde podemos nos refugiar... Porém, sairmos à luz é uma entrega de todos aqueles esconderijos, pois tomamos a pura luz do Senhor Deus, como nosso único local de descanso. Necessitamos ser muito simples acerca disso, muito pueris. Não complicar. Simplificar.

Todos os exemplos e metáforas possuem seus riscos. Não estamos falando da luz resplandecente de uma lâmpada incandescente, que lança uma cruel luz branca, sem interrupção, sem misericórdia. Quando falamos de Deus como luz, falamos de uma luz sempre pura, suave, que tudo permeia, que ilumina e dá vida a tudo que é banhado por seus raios. É uma luz que tanto brilha, quanto aquece. Acima de tudo, é uma luz que revela a realidade como sendo amor. E, à medida que chegarmos a essa luz, reconheceremos sua unicidade pessoal. Reconheceremos, também, que ao permanecermos na luz, enxergaremos nosso próprio ser, pois a luz nos capacita a enxergar tudo como realmente é. Somos tentados a analisar a luz, a desmembrá-la no espectro de suas partes constituintes.

A análise e o reducionismo são atitudes desastrosas na prece, pois elas partem do pressuposto que o todo é constituído por suas partes, que a parcialidade chegou primeiro, e que a totalidade se formou a partir dela. A fé, por outro lado, se aprofunda mais do que a análise, acreditando que o todo antecede as suas expressões particulares. Tão logo comecemos a nos concentrar, a pensar, em um atributo específico de Deus na prece, teremos abandonado a experiência de Deus, tal como ele é em si mesmo, ou seja, em sua plenitude e, em sua simplicidade indivisível.

O convite que cada um de nós recebe, é o de enxergar a luz plena e inteira, pois nosso convite é o de enxergarmos o que é, o que quer que seja, em sua plenitude e inteireza. Isto é o que a meditação é, aprendermos a permanecer na luz. A luz que ilumina nos ensina que Deus é tudo. A luz que ilumina nos ensina que só podemos ser verdadeiramente, quando estamos em Deus, pois Deus é tudo o que é. Isto é o que aprendemos a enxergar claramente na claridade da luz, que Deus é, que Deus é tudo, e que Deus é amor.

Medite por Trinta Minutos
Sente-se confortavelmente, mas com a coluna ereta. Feche levemente os olhos. Sente-se relaxado mas atento. Em silêncio, interiormente, comece a repetir uma única palavra. Recomendamos a palavra-oração "Maranatha". Recite-a como quatro silabas de igual duração Ma-ra-na-tha, em ritmo lento. Ouça-a à medida que a pronuncia, suavemente mas continuamente. Não pense nem imagine nada - nem de ordem espiritual nem de qualquer outra ordem. Se pensamentos e imagens afluírem à mente, trate-os como distrações e simplesmente retorne à repetição da palavra.

Comunidade Mundial de Meditação Cristã